Acordava e, antes mesmo de abrir os olhos, já começava a pensar o que lhe diria, como lhe daria "bom dia" e quais palavras escolheria.
Agora, acorda e, antes mesmo de abrir os olhos, já se esforça para esquecer, para não pensar no que diria, como lhe daria "bom dia" e quais palavras escolheria.
Acorda agora em silêncio, sem palavras, mas ainda com lembranças.
segunda-feira, 30 de julho de 2012
Depois de meses, o silêncio foi rompido.
Em meio à insônia da madrugada, trocaram palavras triviais, sorrisos falsos e cortesias hipócritas. Ao final daqueles poucos minutos de conversa desagradavelmente forçada durante os quais seus batimentos cardíacos se aceleraram, leu as seguintes palavras: "me desculpe pelo que aconteceu".
Não poderia desculpar. Ele sequer sabe o que foi que aconteceu.
Se viu às quatro da madrugada tentando em vão apagar memórias, apagar esperanças.
Decidiu que, depois de dois meses de silêncio, era hora de excluir da memória de seu celular aquelas mensagens que tanto lhe fizeram sorrir e tanto lhe fizeram chorar. Queria ele apagá-las de sua memória também.
Pegou algumas folhas de papel amarelas e ali reproduzia aqueles breves textos antes de pressionar o botão "excluir".
Tentava apagar as lembranças. Não conseguia. E ainda as reproduzia em papel amarelo. Não tinha para quem contar o que fazia e o que sentia e então criou este blog.